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Um pouco de sol a mais

análise de Carlos Furtado, em 28.07.15

As eleições foram oficialmente marcadas para o dia 4 de Outubro, o que originou que as máquinas partidárias se encarregassem de dar gás. Amanhã a coligação apresenta o seu programa eleitoral e o PS colocou um cartaz. Não o primeiro pois já andavam uns decorar as nossas rotundas.

Mas assim sendo olhemos para o primeiro, o de hoje.

No momento em que escrevo é impossível não me lembrar dos sucedâneos que rapidamente inundaram a net. A capacidade lusa é infinita. Mas porque será que o cartaz despoletou tal onda criativa?

cartaz ps.jpg

Numa primiera análise diria que é devido à "plasticidade" das imagens usadas. Mas há mais.

 

Comecemos pela mensagem que Costa e o PS pretendem passar aos portugueses.

Há claramente uma aposta na palavra "confiança". É o tema do cartaz e é a assinatura, "Alternativa de confiança".

A assinatura induz para a possibilidade de haver outras alternativas que não são de confiança ou outros que são de confiança mas que não representam alternativa.

A posição em que se encontra António Costa é muito complicada. Tem que convencer a esquerda de que é alternativa em quem devem votar para que estes votos não se dispersem pelos partidos que recentemente nasceram, e tem que conquistar o centro transmitindo confiança de que não corremos o risco de uma situação idêntica à grega. Não é fácil este equilibrio.

Mas como assinatura para uma campanha parece fraco.

Graficamente, não gosto da utilização do nome do candidato para brincadeiras gráficas. Este deve ser simples e limpo de ruído desnecessário. Não é um logo a quem se "permite" ter variações de lettering e gráficas. É uno e indivísivel.

 

Tenho visto criticas à inexistência da foto de António Costa mas penso que não é absolutamente necessária a sua utilização pois a notoriedade que este tem é grande. Pode ser usado em outros momentos mais felizes.

 

Só que o cartaz é fraco na sua generalidade e acima de tudo passível de enorme "variações". Lembra "um além" que chega, mais próprio de algumas seitas que nos procuram "mostrar a luz".

 

E quem é a menina que nos mostra a "luz" e nos salva das "trevas"? Mais valia que fosse o próprio António Costa a mostrar que havia um caminho e que ele era o timoneiro a seguir. Assim não.

 

claramente houve sol a mais para os lados do largo do rato.

A única vantagem é que seguramente os próximos cartazes serão seguramente alvo de melhores criticas.

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publicado às 23:25


Está oficialmente aberto

análise de Carlos Furtado, em 28.07.15

O imagens de campanha acordou. Com eleições em Outubro e depois em Janeiro não teremos mãos a medir. Por aqui aparecerão as nossas opiniões mas sem os comentários e participação dos nossos leitores nada valerá a pena. Por isso toca a colaborar neste acordar.

 

Até já.

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publicado às 23:17


Marco de Canaveses :: PSD, PS, e independente (???)

análise de Carlos Furtado, em 19.09.13

Para analisar política no Marco de Canaveses o nome de Avelino Ferreira Torres é incontornável. Quem está de fora dirá que pelos piores motivos, mas arrisco a dizer que mesmo para quem está por dentro, ou seja os marcoenses, a opinião é esmagadoramente a mesma.

Mas se pensar que Avelino Ferreira Torres deixou de ser presidente em 2005, concorrendo nesse ano a Amarante, pensa como se pode ainda hoje pensar no seu nome como alternativa credível. Mas a realidade não cansa de nos espantar. Pois bem ele volta em 2013, depois de em 2009 ter conseguido apenas 30% dos votos. Na altura avançou como independente. Este ano repete a dose, se bem que com o apoio encapotado do CDS que volta a não apresentar candidato, apesar de Avelino ser o actual presidente da concelhia. Percebeu? Eu não.

Mas deixemo-nos de viajar ao passado e centremo-nos no presente. E claro comecemos por Avelino Ferreira Torres e o seu cartaz.

Como se pode ver seguiu o mau exemplo de 2009, aqui e aqui  e conseguiu fazer um cartaz confuso mas no seu estilo directo e sem papas na língua. O slogan até diria ser bom. Mas repare-se que a primeira referência é ao candidato, ou seja ele próprio. O ego é grande. “Marco Confiante com Ferreira Torres” é o nome do movimento que nos aparece em grande rodapé no cartaz. Cartaz esse que exibe 5 tipos de letra. Para não falar que Avelino é do tamanho da câmara, ou será que é maior do que ela? Pouco cuidado gráfico portanto numa ideia que até mantem coerência com a mensagem.

Passemos a outro independente.

 

Agora este desavindo do PS Artur Melo. Em 2009 foi o candidato do PS mas sem grandes resultados. Volta em 2013 como independente. E deveria ter adiado para 2017 pelo menos para ter tempo e fazer um cartaz em condições. “Que seja agora”. Que é isto? Que vai acontecer e que não aconteceu? Medo. E depois Marco Positivo? Que seja agora marco positivo? Parece-me uma ideia mal concebida, que ainda foi piorada com a utilização das cores. E Artur Melo não sai beneficiado na fotografia, apesar da ideia do rio douro por fundo ser interessante, mas claramente o conjunto é pobre. Parece que em 2009 não ouviu.

E chegados ao PS a confusão então é enorme.

A primeira impressão que temos é que estamos perante uma barreira num jogo de futebol. Sim, com as mãozinhas a proteger as partes baixas. Mas eis que temos um que se baldou e colocou as mãos nos bolsos. Afinal em que ficamos? São uma equipa ou não? E depois temos uma dificuldade enorme em perceber quem é quem. A senhora chama-se Amador Moreira? Isto se fizermos leitura seguida da primeira fila. Ou então Tiago Moreira se optarmos por ler de forma diferente. E que aconteceu à regra das proporções? À senhora já não lhe bastava a questão do nome ainda a mingam? Bem passemos ao slogan, que não é mau de todo, mas dá a ideia de que existe muita coisa boa. São honestos o que na política até pode ser uma virtude, mas num cartaz acaba por ter pouca chama. E seguramente o que faz falta é o PS contratar alguém da área do design.

E chegamos ao actual Presidente e recandidato Manuel Moreira do PSD.

É claramente o melhor dos cartazes mas ainda assim atrevia-me a sugerir umas alterações. Não recorre às ondinhas que tanto irritam os escribas desta casa, mas diria que ainda assim a escolha daqueles triângulos, isósceles e outras variáveis, de várias cores eram dispensáveis. Mas esta segue a linha do cartaz de 2009. Dele e do Vital Moreira. Confusos? Veja aqui.  Quanto ao resto, tem a vantagem de ser o presidente e soube usá-la quer no slogan principal, “Continuar a mudança” , quer quanto à sua identificação “com Manuel Moreira o nosso presidente”. Dispensável a tentativa de dar um toque pessoal, como se escrito à mão pelo próprio, no “com”. E a fonte usada é um pouco agressiva. A foto é boa, com um ar meio sorridente meio intimista. No computo geral é positivo mas não escapava de oral.

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publicado às 15:00


Santo Tirso :: CDS, PSD, PS, CDU, Independente

análise de Carlos Furtado, em 18.09.13

Já aqui fiz a análise sobre St Tirso, tendo na altura apenas abordado o PS

Agora a análise será mais abrangente. Comecemos então pela CDU.

Desconheço se a CDU apostou em formatos maiores, mas os seus resultados habituais não dá para muitas extravagâncias. Mas este formato permite aos comunistas espalhar a sua imagem por vários cantos e a baixo custo. E não há muito a dizer. Eles são iguais em todo o lado, ou não fosse a velha cassete comunista a funcionar.

Saltemos então para a surpresa de última hora nas eleições tirsenses.

Henrique Pinheiro que se apresenta como independente e apenas na candidatura à câmara e assembleia municipal. Era um histórico do CDS mas aos poucos foi-se afastando. Presidente de Junta há 15 anos tem vida autárquica desde 1976. Um dinossauro. A sua candidatura nasce claramente de uma vontade popular e representa um perigo muito grande quer para o PS quer para o PSD. As 5.000 assinaturas recolhidas permitem-lhe pensar em ficar à frente do CDS e ser a terceira força política. Veremos se assim acontece, pois muitas são as vezes em que uma assinatura não representa um voto nas urnas. Não deve no entanto dar para eleger-se como vereador. Mas os seus votos podem fazer pender a balança ou para o PSD ou para o PS.

Mas vamos ao cartaz.

Uma boa foto, um sorriso conquistador dos eleitores, não tem ondas apesar de sentir que houve ali alguma tentação. Prá frente Santo Tirso é o nome do movimento, que eu teria apostado que fosse o slogan. Até porque o “Vida Nova” por baixo do nome do candidato parece que se refere a ele e não ao concelho de Santo Tirso que aparece por baixo. E também porque temos 4 níveis de mensagens, “Independente” (que eu teria deixado cair ou então faria parte de um slogan), o nome do candidato, a tal vida nova e por fim a referência ao concelho. Coisas a mais que poderiam ter sido simplificadas a duas. O cartaz perde por isso força o que é pena.

O do CDS começa por ser de difícil análise em virtude da foto que nos foi enviada. 

Mas logo à partida temos que reconhecer que usaram uma estratégia completamente diferente quanto ao grafismo. Que diga-se é eficaz mas pouco criativa. Permite sem dúvida ter uma boa foto do candidato e o texto organizado, neste caso centrado e já está.

O slogan é bom, envolvente. E no final do cartaz o “claim” do CDS meio adaptado.

Um cartaz que não compromete mas que acaba por ser fraquito.

Vamos então ao seguinte: 

O PSD tem logo duas pequenas particulares: a foto colocada do lado direito do cartaz e o nome do candidato que não sendo fácil nem comum pode levar por isso mesmo a uma boa memorização. Quanto ao aspecto gráfico não sou muito partidário da conjugação destas cores por um lado nem às ondinhas que subtilmente se ali vêem. O slogan é curto e procura também ele criar empatia e envolvente com os seus eleitores.

O do PS fica para último.

Fiquei contente e a explicação é simples. Os erros que referi no primeiro cartaz foram corrigidos. As letras ocupam mais espaço, a velinha e a criança ficaram na pasta do computador, e temos umas imagens de fundo que não atrapalham a leitura do cartaz. Diga-se que esta campanha de Joaquim Couto em Santo Tirso pede meças a muitas que se realizam em concelhos maiores e como tal supostamente com mais recursos financeiros. Ou talvez não. Em resumo um bom cartaz que lhe permite passar a mensagem.

Mais a mais que em Santo Tirso tem ainda outras placas com o seu nome.

Sabe onde? Não? Então volte ao cartaz do Independente Henrique Pinheiro.

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publicado às 14:23


Póvoa de Varzim:: CDS, PS e PSD

análise de Carlos Furtado, em 13.09.13

A Póvoa de Varzim sempre foi mais inclinada para a direita do que para a esquerda, o que permitiu que durante anos o CDS fosse governo e depois o poder transitasse para o PSD, fazendo com que o PS nunca tenha conseguido gerir os destinos poveiro.

As eleições de 2013, a exemplo do que acontece em muitos outros concelhos, obrigou a uma mudança de candidatos por via da lei da limitação dos mandatos. No caso do PSD isso é mais notório pois o actual presidente José Macedo Vieira não se pode recandidatar, abrindo espaço para Aires Pereira. O PS avança com Elvira Ferreira e o CDS com Jorge Quintas Serrano.

Mas vamos directos aos cartazes, e começamos exactamente pelo do CDS.

Pelo que vemos nos cartazes 8x3 a aposta do CDS passou por mostrar uma equipa, que como se pode ver é jovem. Não é caso único a aposta em mostrar equipas em detrimento do cabeça de lista, e demonstra isso sim que mais do que um candidato há um leque de pessoas que suporta uma candidatura. Isso torna-se mais forte se os candidatos forem conhecidos o que potencia a credibilidade da lista. Neste cartaz temos sempre o problema da colocação das mãos dos candidatos. As senhoras resolveram a questão colocando os braços ao longo do corpo e os homens cruzando os braços. Esta posição é muito usada mas também muitas das vezes entendida como demonstrativa de inoperância. Confesso que ao olhar para este cartaz fico mais com a sensação de equilíbrio e bem estar com a vida, talvez pelos sorrisos dos candidatos, do que essa carga negativa de que falava.

O slogan de resto sustenta a foto e dá-lhe razão de ser. Não que seja uma grande tirada, mas pode ter um efeito comunicacional forte e de construção de um discurso de campanha.

No geral o cartaz é limpo. Não tem ondas, não arrisca vários tipos de letras nem combina cores. O que permite ter boa leitura.

Não simpatizo com a solução encontrada nos cartazes mais pequenos e que mostram os candidatos às juntas, mas apenas na questão do bloco com o nome do candidato. Noto também que neste cartaz o nome do candidato à Câmara não aparece. Este formato também não ajuda e claro que a aposta foi em passar a imagem dando tamanho e dimensão às fotos e boa visibilidade ao slogan que mantém uma ligação ao slogan principal com “É agora”.

Diria que estão equilibrados, não cometem erros, mas também não são inovadores. Cumprem bem a missão. A aposta do CDS num candidtato jovem e com notoriedade local pode vir a ser uma surpresa autárquica.

Vamos então aos do PS.

Curiosamente iniciei a minha actividade no blog comentando este cartaz, aqui, e como tal não vale a pena voltar ao tema.

Mas este de 8x3 merece algumas considerações e que aviso desde já nada abonatórias. Começo pela falta de empatia que a candidata consegue neste cartaz. E perante isso sou obrigado a preferir os cartazes que inicialmente não gostei.

Repare-se que por exemplo o logomarca ganha tanta projecção quanto os candidatos a vereadores, que até parece um deles. Sou a favor da criação de um logomarca da campanha, mas também não o devemos usar de molde a que crie entropia na mensagem. A não ser que ele seja também usado como slogan do candidato.

Por fim quer-me parecer que a solução encontrada para dar os nomes aos candidatos, colocando-os sobre as imagens, poderia ter sido um pouco mais ousada. Enfim não sou fã destes cartazes. 

Do PSD só nos chegaram estes, com um formato que tem sido utilizado com algum sucesso pois ganha visibilidade múltipla, e por isso podemos incorrer em falha na observação. É que ao contrário do cds e ps, a campanha continua centrada no cabeça de lista. O slogan potencia um envolvimento emocional entre o candidato e os seus eleitores, o que é sempre bom. Para acentuar essa ligação as fotografias em segundo plano mas que não ofuscam o candidato, que tem uma boa fotografia. Factor positivo. Mas como não há bela sem senão, temos a utilização do verde no nome do candidato sobre um fundo azul. A leitura sai prejudicada. Mas claramente é uma boa campanha.

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publicado às 10:13


Imagens de campanha

Compilação e análise de imagens das Campanhas Portuguesas (e não só). Cartazes, folhetos e materiais digitais (e outros). O melhor e o pior. Os verdadeiros e não só.

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