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Já tínhamos viajado até ao Seixal. Na altura ainda só tínhamos as imagens do cartaz do PS, como podem ler aqui. Agora, um dos nossos leitores fez-nos chegar fotos de mais cartazes das outras forças políticas que concorrem no Concelho (tenho que ter cuidado na forma como escrevo esta palavra, como se verá mais à frente).
Para quem não se lembra (ou não tem pachorra para ir ler o outro post), nas últimas autárquicas, como desde 1979, o PCP (ok… a CDU…) venceu as eleições para a Câmara Municipal do Seixal com 47,83% dos votos. O PS, liderado pelo actual candidato, foi a segunda força política mais votada, com 22,86% dos votos. Só que, por limitação de mandatos, o actual Presidente da Câmara não se poderá recandidatar, avançando o número dois do executivo.
E chegamos assim aos cartazes. E para começar, avante com o cartaz de quem lidera o município.
Como dizia ao meu colega de blog Rodrigo Saraiva, nem sei se devo falar deste cartaz aqui. É que é tão à frente para o que a CDU tem vindo a fazer por esse país (pelo menos do que tenho visto, posso estar enganado, admito) que temo que o candidato venha a ser expulso do partido… Bem… O azul que caracteriza as campanhas da CDU está lá, é verdade. Mas o formato (até agora, com excepção de Almada, só tinha visto pequenos formatos), a foto do candidato sorridente (com gravata e tudo), é uma lufada de ar em comparação com o que tenho visto. Mostra que é “sangue novo” que está a concorrer.
Mas o “sangue novo” fazia parte do executivo (era o número dois), Então porquê “para uma vida melhor”? Melhor que quê? Que no(s) último(s) mandato(s)? É que este tipo de slogan usa-se quando se é oposição. Não quando se é situação… Acho que o arrojo aqui foi longe demais. E agora sobre aquele apontamento gráfico que está na parte direita do cartaz (para quem o está a ler): Quando vi aquilo veio-me a sensação de estrangulamento (que acredito que seja a vontade do designer daquilo me fazer se ler este post). É um apontamento gráfico, o que é de louvar para a comunicação gráfica deste partido. Mas não gosto.
Quanto a este não me vou alongar. Para quem em 2009 se apresentou como o “Obama da Margem Sul”, com um “sim conseguimos”, isto é demasiado redutor (e mau, já agora…). Não vou falar da foto, com toda a gente com a mesma pose (é disto que se fala quando se fala em sintonia política, não é?), nem das cores (e ondas e afins) que já não dizem nada. Mas aquele slogan… Não havia nada mais cliché para usar no dicionário de termos políticos consultado? Enfim… Parece que “sim, conseguimos”: Uma má campanha.
A foto do candidato à Presidência da Câmara (com o acento no primeiro “a” – quem viu o cartaz anterior percebe porque é que digo isto), está boa. Aliás, em termos de fotografia o cartaz está bom. A cor é coerente, e não se esperava grandes alterações. O cartaz tem elementos a mais mas também só recebemos um pequeno formato. Acredito que num 8x3 o arranjo ficaria melhor (neste formato não fica). Mas o slogan… Esta coisa dos trocadilhos… Ó pá… E aquele arranjo gráfico onde sobressai o “nós”? A ideia era ser egocêntrico? Se sim, então parabéns! Conseguiram.
A imagem não é das melhores mas foi a que recebemos (se nos enviarem uma melhor substituímos esta). Mas dá para entender o cartaz. E não vou dizer muito sobre o mesmo. Não há muito a dizer. Faz ligação às cores do Bloco, lá fala do “mudar” – tem que ser, não é?, e apresenta as pessoas. Não há mesmo muito a dizer… Ou havia. Mas não vou fazer porque não quero gerar más disposições.
Para terminar uma acção de comunicação (campanha?) da própria Câmara, aquela que é liderada pela CDU. Nesta coisa da comunicação política, existe uma diferença entre marketing político e marketing eleitoral. Até se colocarem materiais de marketing político em período de marketing eleitoral. E aí confunde-se tudo. A obra foi feita? Parabéns. Mas anunciá-lo nesta altura… Parece que a CNE só se pronuncia sobre outras coisas…
Um cartaz muito feliz
Nas últimas autárquicas, como desde 1979, o PCP (ok… a CDU…) venceu as eleições para a Câmara Municipal do Seixal com 47,83% dos votos. O PS, liderado pelo actual candidato, foi a segunda força política mais votada, com 22,86% dos votos.
Só que, por limitação de mandatos, o actual Presidente da Câmara não se poderá recandidatar, avançando o número dois do executivo. Esta poderá ser uma oportunidade para o PS capitalizar uma votação superior que obtém aquando de eleições legislativas (eu sei que a dinâmica não é a mesma, mas esta mudança de candidato poderá proporcionar uma dinâmica diferente).
E é com este cenário que Samuel Cruz se apresenta a eleições. Vereador da Câmara Municipal do Seixal desde 2005 foi responsável no seu primeiro mandato pelo Pelouro da Intervenção Veterinária e Defesa do Consumidor.
Em consequência das eleições de 2009 recusou aceitar o pelouro que lhe foi proposto, afirmando “Estou na política para servir, não para me servir. Seria impensável aceitar um pelouro em que o salário que me é atribuído é superior ao orçamento que me caberia gerir. Com esta decisão perde o meu orçamento familiar mas ganha o orçamento municipal que não paga o meu salário, o do meu adjunto e o da minha secretária, acrescendo ainda que devolvo a viatura que me está atribuída.” (informação retirada do site da candidatura).
O cartaz que recebemos está muito feliz. E não é ironia com o ar feliz quer do candidato, quer do seu filho ao colo. É que esta foto transmite empatia. E, ao contrário de muitos arautos da moral e ética alheia, não me choca nada o candidato ter optado por ser fotografado com o filho ao colo. Antes pelo contrário. Quando o slogan é “Seixal com futuro” (coadjuvado pelo “As pessoas estão primeiro”) faz todo o sentido mostrar um futuro sorridente, que acredito que seja o que Samuel Cruz deseja para o concelho.
O cenário da baia do Seixal serve de pano de fundo perfeito para este cartaz, pois para além de ser facilmente identificável, é um ponto de referência para os seixalenses. E o tom verde, de esperança, reforça o sentido dado a todo o cartaz.
Quanto ao slogan “Seixal com futuro”, para mim, por norma, é daqueles que dizem muito e nada ao mesmo tempo. Mas neste caso faz sentido. Porque o cartaz o suporta, porque mostra coerência com o que o mesmo candidato apresentou nas últimas autárquicas e porque faz ligação ao mote nacional do Partido Socialista.
Como dizia acima, é um cartaz feliz. E felicidade faz falta nestes tempos mais complicados.