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Já por aqui fomos falando da importância da rede social Facebook nestas autárquicas. Os candidatos vêem nesta plataforma, que reúne já cerca de 5 milhões de contas portuguesas, uma excelente oportunidade de estarem em contacto com os seus eleitores e de angariarem mais simpatizantes. Apesar de muitos candidatos terem apostado nesta rede social contam-se pelos dedos aqueles que a estão a usar bem e a tirar o devido proveito da mesma.
Enviaram-nos as imagens abaixo e por ser uma situação insólita, a roçar o ridículo, não quisemos deixar de analisar.
João Cordeiro é o candidato pelo PS à Câmara Municipal de Cascais e apostou no Facebook. Carlos Carreiras é o candidato do PSD/CDS à mesma autarquia e também apostou nesta rede social (podem ver a análise das imagens das campanhas aqui).
Até aqui nada de inesperado...
Quando acedemos a uma página de Facebook existem um conjunto de métricas que são públicas para qualquer utilizador, como a cidade mais popular, isto é, a cidade comum a mais seguidores que estão a falar sobre a página, a interagir com a página (o Facebook considera que um novo seguidor faz parte das "pessoas que falam sobre isto").
A página de Carlos Carreiras, “Viva Cascais” tem como cidade mais popular “Cascais”. Isto é, o candidato concorre à Câmara de Cascais, os seus eleitores são de Cascais e é com eles que quer comunicar, logo faz todo o sentido que os seguidores angariados e as interacções sejam de/com pessoas de Cascais.
O que é surpreendente é o facto de a cidade mais popular da página da campanha de João Cordeiro, "Liderar Cascais", ser Istambul, na semana de 21 de agosto, Cidade do México, na semana passada, e Tunes, esta semana. Isto é, grande parte dos seguidores desta página estão nessas cidades. (Que cidade irá calhar na rifa na próxima semana?!)
O que poderia justificar esta situação: existirem muitos emigrantes portugueses nestas cidades, o que não é o caso; o candidato ter muitos amigos nestas cidades, o que também não acredito; existir uma página com nome semelhante nos países, levando os seguidores a fazerem gosto e a intergirem na página errada; terem comprado seguidores através de um qualquer website, ou seja, terem angariado seguidores apenas para “inglês ver”. Possivelmente existirão outras hipóteses mas de repente não me recordo de nenhuma.
Acho a situação no mínimo insólita e parece-me refletir um mau uso da rede social e uma exagerada valorização da quantidade em detrimento da qualidade.
Cartão vermelho para o candidato!