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Como tramar um candidato

análise de Virginia Coutinho, em 09.09.13

aqui falámos e analisámos alguns anúncios de Facebook de candidatos destas autárquicas. À data da análise não tínhamos presente as limitações impostas pelo CNE a este tipo de publicidade.

 

Entretanto foi comunicado pela Comissão Nacional que os candidatos que utilizavam este tipo de publicidade “violavam a proibição de utilização de meios de publicidade comercial para fazer propaganda eleitoral, salvo se se destinar exclusivamente ao anúncio de uma iniciativa de campanha concreta, contendo apenas a identificação da candidatura, da iniciativa, da data, da hora e do local da sua realização e dos participantes, se for o caso”.

 

Assim, foram instaurados processos de contra-ordenação a vários candidatos, nomeadamente dos candidatos do PS, PSD E MPT da Nazaré. (informações aqui)

 

O que o CNE não sabe é que qualquer pessoa pode assim tramar um concorrente ou candidato por quem não nutra especial simpatia.

 

E como?

 

Começo por sublinhar que nada tenho a ver com a campanha de António Costa e que a escolha recaiu neste candidato por estar no meu top of mind e por saber que tem página de Facebook.

 


Passo 1:

Aceder à plataforma de criação de anúncios do Facebook (www.facebook.com/ads/create)

Quando acedemos podemos fazer anúncios das páginas (evento e aplicações) de Facebook das quais somos administradores. No entanto, se colocar a página como se fosse um website externo (e aí poderei colocar qualquer website), o resultado será semelhante. Ou seja, basta colocar como destino externo a página e Facebook do candidado, www.facebook.com/nomecandidato.

 

Passo 2:

Escolher entre “histórias patrocinadas” e “ posts patrocinados”.

 

Passo 3:

Fazer o prt screen e enviar para o CNE, ou gastar 10 euros e colocar o anúncio activo.

 

Entendo a razão das sanções mas parece-me insensato tentarem regular algo do qual não conhecem os limites...

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publicado às 09:53


Lisboa :: PS :: Online

análise de Virginia Coutinho, em 15.07.13

A  análise geral da campanha de António Costa já foi aqui realizada. Prometi analisar a aposta do candidato nos meios online, nesta campanha que me atrevi a denominar “à la Obama”.

 

Nos outdoors analisados o website e o QR Code (já foi comentado o quão pouco eficaz é colocá-lo num outdoor) são dois elementos de destaque, o que demonstra a grande aposta nos meios digitais.

 

De forma a facilitar a análise, ela será feita por plataforma:

 

Website:

  • A identidade gráfica é congruente: o layout é o mesmo que encontramos nos outdoors.
  • O website é pobre mas admito que não o achei de difícil navegação.
  • Não sou fã das mensagens rotativas no website.
  • No que diz respeito à optimização do website para os motores de busca (SEO), o trabalho poderia ter sido mais aprofundado. Existem sérias lacunas ao nível da programação e ao nível do conteúdo, nomeadamente no que diz respeito à sua optimização. Podem ver mais informações aqui.
  • Quando acedemos ao website os botões das redes sociais aparecem-nos no canto superior esquerdo. Entre esses botões está o do “Instagram”, que não nos direcciona para lado algum. Mencionarmos uma rede e colocarmos um botão para a mesma quando não temos lá presença é errado. Acrescento que ao passarmos o rato por cima do ícone nos apercebemos que a designaram de “Instangram” e não de “Instagram”, o seu verdadeiro nome. Um pequeno pormenor.

 

 

Website- análise de conteúdo:

Um dos chavões que encontramos no website é "crowdfunding", ou financiamento colectivo. Esta é, na minha opinião, uma excelente iniciativa. É já uma prática frequente noutros países e mesmo cá dentro temos assistido ao nascimento de várias plataformas deste tipo, cujo objectivo é angariar dinheiro para os mais diversos projectos ou empresas. António Costa conseguiu já 45% do valor pedido, através da plataforma ppl.com.pt. As doações podem ser de apenas 2 euros e consoante o valor é atribuído um pequeno prémio. A mecânica é a correcta e está a resultar. Ver aqui.

 

O restante conteúdo é relevante: eventos da campanha, os candidatos das juntas de freguesia,… . No entanto, existem opções que se estivermos a usar o Safari não consiguimos aceder, como o menú “candidatos- assembleia municipal”. 

 

 

Social Media:

Existe um aposta em vários tipos de social media, como o Flickr e redes sociais como o Youtube, Twitter e Facebook. O Instagram é também mencionado mas o candidato não tem presença nesta rede, o que até me parecia uma excelente ferramenta para demonstrar um lado mais descontraído.

 

Facilmente nos apercebemos de que não existe coerência entre as várias redes sociais. Optam por colocar a fotografia de António Costa nas imagens das páginas de Facebook, YouTube e Twitter mas esta nem sequer é a mesma em todas as plataformas. Para além disso o nome de utilizador difere de plataforma para plataforma, desde “costa2013Lx” (Twitter),  “JuntosporLisboa” (YouTube).

 

O Twitter tem sido utilizado apenas para replicar o conteúdo do Facebook. Conta apenas com 17 seguidores e 21 tweets. O Twitter deveria ser aproveitado como uma plataforma de social listening mas, pela pouca interacção com os seguidores, não acredito que esteja a cumprir esse objectivo.

 

Em relação ao Facebook, sou sempre bastante crítica quanto à forma como os nossos políticos usam (ou não usam) esta rede social. Acredito que a proximidade com o votante e a humanização do candidato são pontos fulcrais em comunicação política e esta é uma plataforma excelente para o fazerem. Em Portugal é usado apenas como mais um veículo de comunicação institucional e nesta campanha não é diferente. Embora na descrição da página da campanha de António Costa se mencionem palavras como “dialogar” e “interagir”, na verdade todas as interacções feitas pelos seguidores não têm resposta, quer sejam positivas ou negativas.

O conteúdo é institucional, partilha de eventos, fotografias da campanha e até partes do discurso político. O candidato é referido na terceira pessoa, o que nos leva logo a deduzir que não será ele a partilhar conteúdo.

 

Conclusão, o website ocupa um lugar central na campanha e a tendência é mesmo essa. No entanto, a sua execução levanta muitas dúvidas.

O candidato optou por ter também presença em várias plataformas sociais, contudo ter uma boa presença (o que é totalmente diferente) requer muito tempo, dedicação e uma estratégia, o que não se verifica.  

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publicado às 09:20


Lisboa :: PS

análise de Virginia Coutinho, em 10.07.13

QR Costa

 

Antes de partir para a minha primeira análise neste blogue, não posso deixar de agradecer o simpático convite dirigido pelos meus colegas.

 

Como praxe coube-me a análise da campanha de António Costa, uma das figuras de destaque destas autárquicas, não fosse ele o candidato mais forte à Câmara Municipal de Lisboa.

António Costa é presidente da Câmara Municipal de Lisboa desde 2007, tendo sido reeleito em 2009, por maioria absoluta. A campanha de 2009 foi aqui  e aqui analisada e, na minha opinião, foi francamente melhor do que a campanha com que se apresenta este ano.

 

A campanha de 2009 estava graficamente bem conseguida ao contrário do que verificamos hoje nos outdoors que têm “adornado” a nossa capital.

 

Algumas comparações com a campanha de 2009:

  • Tendo em conta a campanha de 2009, António Costa continua a apostar no verde, cor que geralmente reflecte tranquilidade e crescimento, embora numa tonalidade menos viva e  jovem. O verde remete ainda para o conceito "alfacinha".
  • Na campanha deste ano assina como “António Costa 2013”, em 2009 como “António Costa Presidente”. Na minha opinião é um erro não continuar a assinar como tal.
  • O conceito da campanha de 2009 era “Unir Lisboa”, o conceito de 2013 “Juntos Fazemos Lisboa”, ou seja, a mesma ideia, diferentes palavras.
  • Nos materiais de comunicação da campanha de 2009 e na de 2013 são comunicados URLs. Na de 2009, o www.antoniocosta2009.net dá ênfase ao candidato (e ocupa apenas uma trigésima parte do outdoor). Na campanha de 2013 o URL www.juntosfazemoslisboa.pt ocupa um oitavo do outdoor.

 

Conclusões: campanha de 2009 a ganhar.

 

 

As considerações sobre esta campanha não se ficam por aqui...

 

António Costa é um político com boa figura. Por “boa figura” entenda-se uma pessoa com quem os votantes facilmente se identificam e por quem criam empatia. Nem todos os políticos têm a sorte de ter esse ar sereno e amistoso que leva votos às urnas (que o diga o nosso Presidente da República cuja aparência é, sem dúvida, associada a uma pessoa austera). Assim, parece-me um desperdício que essa presença não seja aproveitada nos materiais de comunicação.

 

Guiar a campanha por um conceito poderá ser um bom caminho mas este conceito nada traz de novo quando comparado com as imensas campanhas espalhadas pelo país de “Unidos por x”, “Todos por Y”.

 

Graficamente o cartaz é muito pobre... o fundo branco, com “aguarelas” verdes, num skyline cinzento da cidade de Lisboa, que parece espelhar o estado do país... Uma combinação fatal!

 

“António Costa 2013”, um dos elementos que deveria ter destaque, é facilmente perdido no cartaz: pedimos para lerem “Participe” (que ocupa um lugar de destaque no cartaz, não sendo um apelo diferenciador), um URL (do website da campanha) e um QR Code, antes de chegarmos ao nome do candidato, ali escondido juntamente com o seu partido.

 

Um outro elemento com protagonismo no cartaz é o QR Code. O QR Code é um código de barras em 2D que, quando decifrado por uma aplicação própria, nos irá direcionar para um endereço na web. Neste caso, este QR Code direcciona para o Youtube da campanha. Um QR Code num outdoor não é a melhor opção: existe uma grande dificuldade em lê-lo, mesmo que estejamos a passar pelo outdoor a pé (existe já a piadinha de que deveriam ter colocado escadotes ao pé dos outdoors).

 

A presença dos QR Codes é constante noutros meios, como o website. Ao submetermos uma sugestão,  aparece um outro QR Code para ser decifrado. Regra número 1: Não se colocam QR Codes num website, simplesmente não faz sentido pedir aos utilizadores para pegarem no seu telemóvel, lerem o QR Code, quando podem simplesmente clicar num link.

 

Nesta campanha, António Costa apostou em vários meios online, os quais analisarei num segundo artigo. Esta parece-me uma tentativa de fazer uma campanha “à La Obama” mas penso que, para já, está muito longe de estar à altura.

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publicado às 09:45


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Compilação e análise de imagens das Campanhas Portuguesas (e não só). Cartazes, folhetos e materiais digitais (e outros). O melhor e o pior. Os verdadeiros e não só.

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