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Lisboa :: PS :: as outras fases

análise de Rodrigo Saraiva, em 24.09.13

Já existiram campanhas em Lisboa bem mais interessantes no que diz respeito a cartazes e materiais de campanha, talvez por isso não nos tenhamos aqui debruçado tanto quanto devíamos nestas autárquicas 2013, mais que não fosse pela proximidade física que a maioria de nós tem com estes cartazes.

Relativamente a António Costa já aqui foi analisado o seu primeiro cartaz, que eu não gosto. Entretanto o candidato do PS já teve na rua mais duas fases, muito bem conseguidas e infelizmente ainda não analisadas aqui. Uma primeira com diversas pessoas em várias localizações da cidade e a segunda com a sua equipa. Ambas muito bem conseguidas em termos gráficos, com uma boa aposta na fotografia. Mais uma vez bons exemplos de que um cartaz que nasce e vive da fotografia costuma dar bom resultado. Deixo duas fotos (possíveis) destas duas vagas. No facebook da candidatura poderão ver as imagens.

 

Hoje partilhamos o último cartaz de António Costa que está a causar burburinho (não necessariamente negativo), pelo que foi fácil ter acesso a uma foto do cartaz através de várias partilhas no facebook. Mas o que me leva a analisar e tecer considerações sobre este cartaz é a surpresa que está a causar (a mim surpreendeu), não pelo arrojo, mas pela aposta arriscada.

 

Gosto globalmente do cartaz devido à opção gráfica dos elementos que sustentam o slogan/claim. A fotografia não me parece muito bem conseguida. Mas foco no claim. “Preciso do seu voto…”. Como? Fiquei surpreso a ler este pedido. Passaram algumas horas e ainda estou no limbo entre o estranhar e o entranhar. É que António Costa não é apenas o actual presidente, não é apenas o front runner. Dizem as sondagens que terá uma vitória folgada e não deveria estar preocupado. E esta frase, este pedido, soa a preocupação. Pergunto-me: terá a candidatura de António Costa dados que o preocupam? Terá sondagem onde não tem a maioria e quer força-la? Será por um crescimento de Fernando Seara? Ou de não estar a ganhar mandatos e ser a CDU a faze-lo? Ou outra força política a eleger vereadores o que o obrigaria mais uma vez a ter que partilhar pelouros? Será receio da abstenção? E isto depois de ter estado numa acção de rua com os históricos socialistas Soares e Alegres, antes desavindos. Pois é, demasiadas questões que traz um mero cartaz. E ainda há quem diga que os cartazes não têm relevância.

Uma coisa é certa. António Costa não quer demonstrar conforto perante as sondagens e opiniões e decidiu apostar na mobilização do eleitorado. Algo normal na fase final de uma campanha onde o foco está no apelo ao voto. Mas também é certo que o fez de uma forma arriscada. Pois um claim destes, que é forte, leva para extremos. E fica a dúvida se é preocupação ou soberba.

Última nota: neste cartaz, tal como no anterior em que surge com a equipa, António Costa deixa cair os símbolos dos movimentos de Helena Roseta e Sá Fernandes.

 

No facebook consegui ainda ter acesso a foto de um cartaz que não resisto a partilhar e por razões positivas. Em Lisboa, tal como em muitos concelhos, nesta fase final as ruas foram também ocupadas por cartazes dos candidatos às freguesias. A maioria dos casos segue a opção de foto do cabeça de lista à freguesia acompanhado do candidato à Câmara. E com excepção do slogan, que a maioria das candidaturas (aqui partilho de opinião similar do Telmo) cai no erro de deixar cada um escolher o seu, as fotos seguem todas modelos convencionais. Há poucos dias vi na rua o cartaz do candidato do PS a São Domingos de Benfica e saiu logo aplauso, pela fuga ao convencional, conseguindo, passe a notória diferença de alturas, um cartaz feliz. E lá está, para quê aquele slogan do “desenhar um novo futuro”? É uma foto que calhava muito bem apenas com o “Juntos Fazemos Lisboa”.

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publicado às 09:33


já andam a falar aqui

De Porfírio Silva a 24.09.2013 às 09:56

Eu não percebo nada de campanhas, mas parece-me óbvio que as notícias sobre a vitória (muito) folgada constituem um risco de desmobilização. E parece que este cartaz tenta responder a esse risco. (Mas é claro que o "óbvio" é um grande inimigo.)

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