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Mafra é mais um concelho que, por via da lei da limitação de mandatos, vê sair do palco político um dos dinossauros autárquicos. Consta que não foi uma saída pacífica, mas Ministro dos Santos não será mais Presidente da Câmara Municipal de Mafra. Esta é uma certeza. Quem será o próximo? Não haverá certezas. Resta saber se o Parque Desportivo Municipal Engenheiro Ministro dos Santos, na sede do Concelho, ou o Pavilhão Municipal Eng.º Ministro dos Santos, na freguesia da Malveira, serão rebaptizados.
É preciso recuar a 1976, as primeiras eleições autárquicas, para assistir à única vitória do PS em Mafra. Em 1979 e 1982 saiu vitoriosa a AD e em 1985 o PSD vence, mantendo a presidência até hoje, sempre com Ministro dos Santos como Presidente. Curiosamente foi em 2005 e 2009 (campanha aqui analisada) que obteve dos melhores resultados.
O PSD aposta em Hélder Silva, ex Vereador e actual deputado. O PS em Elísio Summavielle, ex Secretário de Estado da Cultura, que se faz acompanhar para a Assembleia Municipal da escritora e militante comunista Alice Vieira. Na corrida surgem ainda Alves Pardal pela coligação CDS/MPT/PPM e Rogério Costa pela CDU.
Comecemos então a análise dos cartazes do PS e vou já ao final, são cartazes que cumprem e não mais do que isso.
A fotografia do candidato está bem conseguida, mas era dispensável aquela gravata com riscas (vá lá, que em outros materiais de campanha já surge com uma gravata lisa). Depois, qual é afinal o slogan? “Semear o futuro” (que está bem conseguido e permite boas declinações em fases posteriores e outros materiais de campanha) ou o banal “Mafra à Frente”? O tom de azul, tendo em conta a opção de fundo branco, podia ser um pouco mais forte. E a escolha de colocação de elementos no cartaz não é a melhor. Veja-se o que acontece, numa primeira leitura, devido à colocação de elementos e opção cromática. A leitura começa em “o futuro”, do slogan em cima, e continua na frase logo abaixo que tem a mesma cor.
E agora analisemos um outro cartaz deste mesmo candidato.
Mantém o erro dos dois slogans, mas já não o faz na opção cromática. Aqui é um cartaz “georreferenciado”, pensado para estar presente na Ericeira e Ribeira D’Ilhas e por isso a opção cromática nas letras fica toda no azul. Ideia reforçada pelo claim “um mar de boa onda”. Neste cartaz talvez fosse dispensável o “semear o futuro”. E para terminar o detalhe mais fascinante do cartaz. Eis o candidato de camisa de Jagoz (os nativos da Ericeira). Uma aposta arrojada, mas que arrisco dizer que os locais irão gostar. Só me parece que a foto do candidato devia estar em outra posição, algo mais descontraído. Este cartaz merece, claramente, nota mais positiva que os de cima. E arrisco dizer que no balanço final destas autárquicas ficará nos destaques.
Nota de curiosidade e que é destacada no facebook da candidatura aquando da referência aos cartazes no Diário de Notícias, o designer da candidatura é o filho do candidato.