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Viseu é mais um palco a centrar atenções devido a vários ingredientes. Sendo uma capital de distrito, os partidos atribuem especial importância e nestas eleições tem a particularidade de também assistir à saída de cena de um dos principais dinossauros autárquicos do país, Fernando Ruas, que há anos é a face do lobby autárquico, sendo presidente da ANMP – Associação Nacional de Municípios Portugueses. Os principais partidos não facilitaram e PSD, PS e CDS apresentam pesos pesados como candidatos, pode-se até dizer os seus homens-fortes do distrito.
O PSD depois de um processo interno algo agitado encontrou na figura de Almeida Henriques, que exercia funções de Secretário de Estado, o consenso para a mobilização na sucessão. O PS não quer perder a oportunidade de conquistar a capital do Cavaquistão e lançou na corrida José Junqueiro. O CDS, que em 76, 79 e 85 presidiu a autarquia e desde 93 que não consegue eleger um vereador, aposta no deputado Hélder Amaral.
Nas últimas autárquicas o PSD teve das campanhas mais interessantes. Este ano o seu primeiro cartaz cumpre a função de afirmar o candidato, mas o destaque vai para o slogan com o nome da terra. Um cartaz simples com uma boa opção de cor e lettering. O único detalhe que poderia ter sido melhor pensado é a cor da gravata. Este será mais um cartaz a entrar na narrativa crítica da fuga ao laranja (que tem um ligeiro apontamento no canto inferior esquerdo) e símbolo que é feita a candidatos do PSD.
O PS parece apostar numa estratégia de “em Roma sê romano”, ou seja “no cavaquistão usa o laranja”. Curiosa a opção cromática, num amarelo quase laranja. E esta opção, misturada com a barra vermelha parece-me dar cabo de um cartaz que até está bem construído graficamente. Boa colocação de elementos, escolha de lettering e fotografia. O slogan “mais emprego, melhor futuro” é banal.
Do CDS não nos chegou fotografia de cartaz na rua, pelo que não temos a confirmação de que esta imagem seja a opção “de rua”. Mas no caso de ser é uma boa opção. Imagem bem trabalhada, o azul “cds” e no fundo a cidade em silhueta, uma opção que quase sempre resulta muito bem e é das minhas preferidas. O slogan pode não ser original, mas é forte. Dificilmente Hélder Amaral irá disputar a presidência, pois nesse caso este slogan poderia ser uma seta apontada a si próprio. Visto ser deputado seria confrontado com a escolha que teria de fazer e entrava-se no habitual jogo de ataque a quem está a iludir o eleitorado. Ainda dois apontamentos positivos nesta imagem, a barra em degradê por baixo de “Viseu” que reforça todo o cartaz e não apenas a palavra e, por último, a opção de o candidato surgir sem gravata, que marca a diferença, de estilo e etária, dos outros candidatos.