De cjt a 19.08.2009 às 10:23
já estive para escrever acerca deste cartas, mas pelos motivos opostos.
na realidade, considero-o um cartaz tremendamente mal concebido.
se bem que o "slogan" esteja bom, a apelar para um sentido de certeza, equilíbrio, realismo e, mais importante, fazendo contraponto à candidatura de elisa ferreira, que seria, neste contexto, a candidatura de "um pé no porto, outro na europa", a imagem traz-nos o resto, que é negativo.
o cinzento escolhido, cor neutra que esperaria o criativo conotar-se com uma outra neutralidade, a supra-partidária (e supra-europeia) reflectida em "o porto em primeiro", traz também algo de - precisamente - cinzentismo. para além disso, o porto, terra de granito, não é somente, e que o fosse, cinza. é também, e muito, cores de todo o espectro.
para além disso, rui rio, na imagem, contradiz essa frase de "o porto em primeiro", antes pelo contrário: no cartaz, quem está em primeiro é rui rio, sendo o porto apenas uma silhueta esmaecida, um cinzento mais claro entre toda a escuridão.
tudo isto é trágico, não para rio, não para o criativo, mas sim para o porto: esta é, afinal de contas, a semiótica do real, seja qual for o candidato. até creio que os cartazes, correspondento à realidade das coisas, deveriam ser todos assim.
por fim, o próprio rio: a três quartos, corpo inteiro presente, sorriso e à vontade suficiente numa atitude desafiadora de perna aberta e bem assente e equilibrada a ser devidamente atenuada pela mão no bolso e braço pendente. aqui, está bem.
quanto ao resto, lamento, mas este cartaz é tudo menos um cartaz muito eficaz. perde-se a mensagem central em toda a desmoralização reinante.
há praia e sol, no porto. e não é pouco!
abraço,
boa iniciativa, a deste blog. não seria de esperar outra coisa, de resto.