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Estão recordados deste post, sobre esta imagem?:
Confirma-se ... o outdoor é real:
Macedo de Cavaleiros é mais um concelho onde a lei de limitação de mandatos obriga à saída do Presidente. Um presidente que tinha reconquistado a autarquia para o PSD, em coligação com o CDS, depois do PS ter liderado em dois mandatos. Tal como em 2009 o material que nos chega deste concelho é do PS, que insiste no mesmo candidato. E em termos de imagens uma forte mudança de estratégia. Desta feita o candidato surge com casaco, mas resiste à gravata. Abandona o vermelho e o rosa e aposta no azul. E do “Acreditar” passa para um banal “Mudança com Futuro”. Olhando à realidade, passada e actual, eleitoral do concelho percebem-se as duas estratégias e fazem sentido.
Neste cartaz, genericamente eficaz, parece-me que a opção de cor no slogan deveria ser outra pois ganharia mais força. Ou então o fundo teria que ser outro.
Passando a análise ao cartaz em si, volto a referir o cuidado que também deve ser tido na escolha de materiais. Esta opção de utilizar lonas, principalmente quando as cores do cartaz são claras, obriga a cuidado adicional na colocação dos suportes. Levando com luz por trás, as sombras dos ferros “entram” pelo cartaz.
E nesta foto optei propositadamente por não a recortar. Os cartazes eleitorais podem já ser considerados um excesso nas paisagens. E mais razão terão os críticos quando não existe cuidado na colocação, bem como na retirada logo após as eleições. Porque razão ficam os ferros ali por cima do cartaz? E vá lá que neste até têm a mesma altura. Exige-se mais cuidado a todas as candidaturas.
Viseu é mais um palco a centrar atenções devido a vários ingredientes. Sendo uma capital de distrito, os partidos atribuem especial importância e nestas eleições tem a particularidade de também assistir à saída de cena de um dos principais dinossauros autárquicos do país, Fernando Ruas, que há anos é a face do lobby autárquico, sendo presidente da ANMP – Associação Nacional de Municípios Portugueses. Os principais partidos não facilitaram e PSD, PS e CDS apresentam pesos pesados como candidatos, pode-se até dizer os seus homens-fortes do distrito.
O PSD depois de um processo interno algo agitado encontrou na figura de Almeida Henriques, que exercia funções de Secretário de Estado, o consenso para a mobilização na sucessão. O PS não quer perder a oportunidade de conquistar a capital do Cavaquistão e lançou na corrida José Junqueiro. O CDS, que em 76, 79 e 85 presidiu a autarquia e desde 93 que não consegue eleger um vereador, aposta no deputado Hélder Amaral.
Nas últimas autárquicas o PSD teve das campanhas mais interessantes. Este ano o seu primeiro cartaz cumpre a função de afirmar o candidato, mas o destaque vai para o slogan com o nome da terra. Um cartaz simples com uma boa opção de cor e lettering. O único detalhe que poderia ter sido melhor pensado é a cor da gravata. Este será mais um cartaz a entrar na narrativa crítica da fuga ao laranja (que tem um ligeiro apontamento no canto inferior esquerdo) e símbolo que é feita a candidatos do PSD.
O PS parece apostar numa estratégia de “em Roma sê romano”, ou seja “no cavaquistão usa o laranja”. Curiosa a opção cromática, num amarelo quase laranja. E esta opção, misturada com a barra vermelha parece-me dar cabo de um cartaz que até está bem construído graficamente. Boa colocação de elementos, escolha de lettering e fotografia. O slogan “mais emprego, melhor futuro” é banal.
Do CDS não nos chegou fotografia de cartaz na rua, pelo que não temos a confirmação de que esta imagem seja a opção “de rua”. Mas no caso de ser é uma boa opção. Imagem bem trabalhada, o azul “cds” e no fundo a cidade em silhueta, uma opção que quase sempre resulta muito bem e é das minhas preferidas. O slogan pode não ser original, mas é forte. Dificilmente Hélder Amaral irá disputar a presidência, pois nesse caso este slogan poderia ser uma seta apontada a si próprio. Visto ser deputado seria confrontado com a escolha que teria de fazer e entrava-se no habitual jogo de ataque a quem está a iludir o eleitorado. Ainda dois apontamentos positivos nesta imagem, a barra em degradê por baixo de “Viseu” que reforça todo o cartaz e não apenas a palavra e, por último, a opção de o candidato surgir sem gravata, que marca a diferença, de estilo e etária, dos outros candidatos.
Já aqui tínhamos referido que apenas nos faltava uma foto com melhor resolução para fazer a análise do primeiro cartaz do candidato do PS no Porto, Manuel Pizarro.
Globalmente é um bom cartaz. Um verde atractivo num cartaz que serve para apresentar o candidato. A fotografia não está má, mas já aqui referi que não sou grande fã de fotos cortadas dos candidatos. E quando o candidato, tal como eu, é careca, fica a ideia de que quer esconder algo.
O mais interessante do cartaz é a opção de dois tons de branco no slogan “POR TODOS”, com duplo objectivo. Mas que só fará sentido se tiver continuidade numa segunda fase de cartazes, assumindo um “Porto Dos…”, como por exemplo: “Porto Dos Jovens”, “Porto Dos Artistas”, etc …
E o cartaz, para além dos normais elementos como o símbolo do partido e o endereço de internet, tem, para mim, um tremendo problema. Um detalhe que é autofágico. Estamos a falar de uma candidatura a uma das principais cidades do país de um dos principais partidos portugueses. Um candidato do PS à Câmara do Porto tem de ser alguém conhecido, alguém de elevada notoriedade. Não deveria haver necessidade de assumir no cartaz “Candidato a Presidente da Câmara do Porto”. Um tiro no pé.
Sendo uma capital de distrito, é um palco a acompanhar com atenção, pois “capitais de distrito” costumam ser um dos argumentos para quem quer cantar vitória em termos globais.
Vila Real, com excepção de 82 em que a “marca” foi a da AD, sempre foi uma autarquia PSD, pelo que a expressão bastião encaixa muito bem. Olhando ao histórico dos resultados o PS foi, genericamente, sempre crescendo, pelo que é com naturalidade que, adicionalmente aproveitando o facto do actual presidente de Câmara não se recandidatar, tenha esperanças nestas eleições. Para tal o PS apostou na continuidade e apresenta Rui Santos, o mesmo candidato de 2009. Já o PSD, opta por apresentar António Carvalho, actual Presidente de uma Junta de Freguesia (opção que não é caso único).
O candidato do PSD apresenta um bom cartaz. Embora não seja grande fã das fotografias “cortadas”, parece-me uma foto com qualidade e bem enquadrada no cartaz. A opção cromática é simples e o azul escolhido encaixa bem com o slogan. “Novo Ciclo. Nova Energia” é uma mensagem positiva e que faz sentido com o cenário referido de um novo candidato da força política que sempre geriu os destinos do concelho. O apontamento no canto superior direito “VilaRealMais”, com um logótipo, embora dê um reforço de cor ao cartaz parece-me desnecessário, visto não ser uma coligação e o símbolo do PSD estar presente no cartaz.
Do lado do PS, posso estar a ser iludido pela qualidade da fotografia, mas parece existir alguma falta de qualidade no tratamento gráfico do cartaz, o que se nota especialmente na foto do candidato. Este cartaz não merece nota negativa, mas eis um exemplo de como é arriscado optar pelo preto como fundo de um cartaz. Precisava de mais um apontamento que incutisse alguma, mesmo que ligeira, cor no cartaz. Talvez bastasse que na fotografia o candidato tivesse outra gravata. O símbolo do PS não é suficiente para dar força cromática. Já a opção de colocar a imagem (calculo que) dos Paços do Concelho em silhueta está bem conseguida, pois é algo que funciona muito bem num fundo negro. Mas o ponto mais fraco é o “slogan”, embora com bom lettering. A utilização de apenas a palavra “avançar” soa a pouco. Avançar para? Como? Em resumo, fica a sensação de oportunidade perdida. Talvez um contacto com os camaradas do PS de Almada e o próximo cartaz possa estar melhor.
Adenda:
Através do facebook chegou a dica que o cartaz do PS tem um fundo verde “garrafa”. Eis uma imagem que nos enviaram entretanto. Aguardamos por uma foto de melhor qualidade do outdoor na rua para aqui colocar. Mas imaginando o cartaz nessa cor, na análise feita apenas retiro aquela parte em que refiro a necessidade de mais um apontamento que incutisse alguma cor.
A silhueta funciona muito bem. Mesmo com este fundo verde a gravata deveria ser de outra cor. O slogan ficará melhor se numa segunda fase, ou em cartazes mupi, for complementado, como parece ser o objectivo pelo que se vê na página de facebook da candidatura.