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Embora o blog tenha baptizado como Imagens de Campanha e o foco esteja exactamente na análise de imagens e seus conteúdos, sempre foi assumido o objectivo de aqui partilhar conteúdos que permitissem a criação de uma blogoteca. Por isso alguns dos links ali na barra da direita, mas também a partilha em posts para outros links que tenham pertinência para a análise de campanhas eleitorais.
E é isso que fazemos neste post, a partilha para este pertinente post do Fernando Moreira de Sá que parte (e linka) um interessante artigo do Hugo de Melo e Gomes no Jornal de Negócios.
Boas leituras, análises e conclusões.
A próxima análise segue dentro de momentos.
O actual presidente, Carlos Teixeira, do Partido Socialista não se pode recandidatar e o PS volta a apostar na fórmula que lhe deu a conquista da autarquia, apresentando como candidato o Presidente da Junta de Freguesia de Loures, João Nunes, que curiosamente e salvo erro, sucedeu a Carlos Teixeira na Junta.
O PCP faz uma aposta forte, numa tentativa de reconquistar uma autarquia que já foi um seu bastião, apresentando um dos seus principais rostos, o líder parlamentar Bernardino Soares, e o PSD faz uma aposta arrojada e apresenta um dos autarcas mais carismáticos, Fernando Costa, que não se pode recandidatar nas Caldas da Rainha. Ingredientes com potencial mediático, um palco que todos os candidatos desejam, mas com a dificuldade de este ter que ser nos media nacionais pois em Loures são praticamente inexistentes, ou até nulos, os media locais.
A somar a isto está o facto de o candidato do PSD já ter assumido que não irá ter outdoors, fazendo disso um facto político, não deixando de ser uma acusação quase directa ao candidato do PS que foi o primeiro a abrir as hostilidades, marcando forte presença em todo o concelho com o seu primeiro outdoor.
João Nunes tem que se dar a conhecer e o seu primeiro cartaz, quer pelo conteúdo como pela distribuição geográfica, cumpre pragmaticamente esse objectivo. Um cartaz simples, com 4 ingredientes básicos: 1- a imagem do candidato, na tradicional posição de braços cruzados e surgindo sem gravata e mangas arregaçadas, visando demonstrar como um autarca de proximidade e fazedor; 2 – o slogan, pouco original, banal, mas que não compromete; 3- o nome do candidato (sem necessidade de reforçar que é candidato. Isto é só um teaser para uma próxima análise a um candidato no norte do país). 4- o logótipo do Partido.
A escolha do verde está bem conseguida. Desnecessários aqueles apontamentos de várias cores antes do nome. E passa quase despercebido como “padrão de fundo” a imagem icónica de município.
O PS começou com força. Um cartaz eficaz para o objectivo e reforçado pela forte presença no terreno do mesmo.
Depois de uma primeira vez chega sempre a segunda vez. E por isso cá volto eu para analisar mais um cartaz, de novo do PS e desta feita numa terra, Vagos, onde me ligam fortes raízes familiares. Mas como escrevi no meu introito neste blogue, serei sempre imparcial.
Ao olharmos para um passado recente, 16 anos e 4 eleições eleitorais, percebe-se que a aposta do PS em Vagos é para cumprir calendário mais a mais que nas últimas não apresentou mesmo candidato e nas três anteriores não passou dos 10%. O PSD tem comandado a vida do concelho desde 2001, através de Rui Rocha da Cruz que se vê impedido de recandidatar. Uma nota mais de curiosidade e que pode servir para os partidos refletirem na velocidade com que criam e matam candidatos autárquicos, Rui Rocha da Cruz antes de vencer em 2001 tinha sido candidato derrotado em 1997. Mas a perseverança deu frutos e o seu trabalho foi premiado e reconhecido pois foi sempre em crescendo. Mas agora está na hora da renovação e a luta está assim em aberto.
Este enquadramento histórico é importante para se perceber o que o PS aposta nas eleições em Vagos: nada. E isso está estampado no cartaz que nos chegou. Mais a mais, perdido na natureza.
A cor verde, que este ano se vê em alguns cartazes dos socialistas, acaba por não chocar com a gravata castanha e com o ar pesadão do candidato. Mas ainda por cima neste enquadramento a coisa não pega. E o slogan é fraco. “Honestidade”? Admito que possa querer representar uma crítica velada ou aos seus adversários políticos, mas ainda assim é curto para quem quer ser candidato. Não deveriam ser todos os políticos o apogeu da honestidade? E novas ideias? Assim? Sem mais? É bom de ver que o que existe mesmo por ali é alguma falta de ideias.
Mas além do aspecto gráfico do cartaz há toda a questão política por detrás do candidato. Em 2009 apareceu como candidato independente tendo sido eleito vereador. E agora em 2013 candidata-se pelo PS. Honestidade portanto....
Claramente este cartaz peca pela falta de arrojo e de motivação para atrair o voto do eleitorado. Não é desta que o PS arranca um bom resultado de Vagos. Nem invocando a Nossa Senhora de Vagos. 8 é a minha nota
eis um slogan interessante (só não digo original porque faz recordar o da vizinha Constância em 2009) e que cumpre algo muito difícil, que é fugir aos slogans banais e muito utilizados. Infelizmente, pela pouca força que lhe é dado no cartaz e pela panóplia de elementos e cores utilizados, perde-se em tanto “ruído”. Não sei se as flores são malmequeres, mas aplauso ao designer que conjugou em harmonia (sim, é ironia) o lenço da candidata com a barra inferior do cartaz.
E aquelas barras onduladas logo em cima? Em resumo: ai, os meus olhos!
Esta imagem foi tirada do facebook, mas fonte da terra garante que há mesmo outdoors com esta imagem.
Como o prometido é devido, assim canta Rui Veloso, aqui segue a minha primeira análise a um cartaz autárquico. O objecto de análise é o cartaz do PS na Póvoa de Varzim.
O concelho da Póvoa de Varzim foi durante muitos anos presidido pelo CDS, nos tempos da sua grande implementação autárquica, mas nos últimos 16 anos tem sido o PSD a gerir os seus destinos. No entanto desde 2001 que o PSD tem vindo a perder votos e o PS a subir. Este ano o PSD vê-se forçado a apresentar um novo candidato e certamente que os socialistas acreditam que é possível vencer as eleições apresentando Elvira Ferreira, anteriormente cabeça de lista dos socialistas à Assembleia Municipal mas como independente.
Este introito serve para enquadramento e para se perceber a dimensão da aposta de cada partido, o que dará noção de meios envolvidos e como tal ograu de responsabilidade.
Mas indo então para o cartaz, percebe-se o “cuidado” em fazer passar despercebido o símbolo do PS. (independentes a quanto obrigam). O uso da cor vermelha, muito usada em alguns cartazes socialistas, dá-lhe uma força e é inegável que chamará a atenção. Mas isso não basta. Interessante o uso como fundo do cartaz dos nomes das freguesias, numa procura de envolvimento de todos. Bem como igualmente interessante o apontamento do barco de pescadores como logo da campanha, assim o entendo, imagem muito marcante da história poveira. Considero o slogan fraco, pois “compromisso de mudança” é curto enquanto “mensagem percebível” do que pretende a candidata. Calculamos que queira mudar do PSD para o PS. De homem para mulher. Mudar por mudar? Mas que mais? Também podemos estar na primeira vaga de cartazes, e como tal é uma primeira afirmação. Um marcar de terreno que necessitará de mais afirmação. Aguardemos pois e mais tarde voltaremos a falar.
Em termos da imagem da candidata propriamente dita, houve um abuso do tamanho da foto o que origina uma sensação de “invasão” do nosso espaço. Torna-a muito pesada, muito vigilante. Não transmite empatia apesar da tentativa do sorriso. Os óculos acabam por ter um peso excessivo no impacto visual. O punho fechado remete-nos para a saudação socialista, mas acaba por ser o sinal mais leve do cartaz. E repare-se que a imagem sai para lá da zona vermelha, o que reforça a sua “gigante” dimensão. Claramente o lado mais fraco na construção deste cartaz.
Se desse uma nota, de 0 a 20, passaria mas ficaria por uns parcos 11 valores.